quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Rosa

No inverno moroso,
As pétalas da rosa

São arrancadas
Sem a misericórdia
Do vento taciturno.

Junto com a exuberante magnitude
Do avermelhado desbotado,
Abrange os espinhos moribundos
De uma rosa campestre,
Que ferem os dedos imaculados.

Um arranjo de sabedoria
Enfeita uma sala inabitada.
Em que os devaneios
São impelidos
Pela palidez da névoa voraz,
Que assombra a janela
Da minha alma.

Vou espreitar o turvo luar,
Para que na velada noite,
Possa desabrochar
A formosura de seus lábios
Entornados de doçura esmaecida.

E aí...

Vais ver-me esbravejar
Sublimes poesias,
Para que as torrentes dos rios
Não te leva ao mar morto,
E que o aroma de seu corpo
Seja ancorado
Na dolência dos meus pensamentos.

Pablo Silva