segunda-feira, 12 de abril de 2010

Saudade

A saudade paira no pôr-do-sol

E adentra no meu debilitado peito,

Sem ter ninguém para enxugar

Minhas turvas lágrimas,

Nem sequer para dar-me

Um estreito abraço.


Desnorteado por meu destino,

Vago nos pensamentos desamparados,

Afogando em dúbios sentimentos

A tristeza morosa.


Saudade é a única certeza

De que eu vivo

Pelos cantos e becos,

Amargurando no passado

Minha felicidade efêmera.


Meus braços foram abandonados,

E a alegria recolheu a mão

Para não alcançar-me,

Gracejando de meu semblante,

Fazendo da minha vida

Uma eterna lastima

Por viver emaranhado nos espinhos.


Sozinho,

Lanço-me em passos

Na areia do mar,

Deixando as ondas

Me levar,

Para o anoitecer

De um sonhar.

Pablo Silva