
E adentra no meu debilitado peito,
Sem ter ninguém para enxugar
Minhas turvas lágrimas,
Nem sequer para dar-me
Um estreito abraço.
Desnorteado por meu destino,
Vago nos pensamentos desamparados,
Afogando em dúbios sentimentos
A tristeza morosa.
Saudade é a única certeza
De que eu vivo
Pelos cantos e becos,
Amargurando no passado
Minha felicidade efêmera.
Meus braços foram abandonados,
E a alegria recolheu a mão
Para não alcançar-me,
Gracejando de meu semblante,
Fazendo da minha vida
Uma eterna lastima
Por viver emaranhado nos espinhos.
Sozinho,
Lanço-me em passos
Na areia do mar,
Deixando as ondas
Me levar,
Para o anoitecer
De um sonhar.
Pablo Silva