
Fico te observando à distância.
Com o súbito grito abafado,
E o silêncio perdurado no fajuto tempo.
A afetuosidade de seus vistosos cabelos
Flutuam no lastimoso vento,
E seu perfume mistura-se com a brisa,
Fazendo com que minhas estrelas
Pairam sobre o mar de ilusões.
As pétalas dos lírios
São levadas para o turvo
Luar eqüidistante,
E o cheiro do seu corpo
Impregna nos meus lábios,
Levando-me a insônia
De um poeta compulsivo.
Sentado nesse dúbio deserto vermelho
Fico a espreitar seu sorriso de perto,
Sentir seu olhar me despir de inverdades,
Acelerando o meu fraco coração,
Após debruçar-me em suas cálidas mãos
Que acaricia os pêlos do meu rosto senil,
Levando-a ao arrepio
Ocasionado por um punhado de espinhos
Que estão prontos para defender seu fiel dono.
Recua-se passos para trás,
E em breves minutos
Tornam-se uma acelerada corrida
Sobre a rua desnudada e solitária.
Assim, você segue fugindo
Com a cabeça sempre erguida.
Sem almejar um olhar para trás
Distancia do meu moroso abraço,
E das minhas gentis poesias.
Pablo Silva