sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Martírio

Na calada da madruga fria,
Seu semblante vem visitar-me
Junto com os vultos da solidão,
No eloqüente delírio febril.

O êxtase longínquo
Esvai pelas brechas
Da janela do pôr-do-sol.
E a demasiada noite
Pronuncia meu dilacerado nome,
Para juntos, pernoitarmos nas estrelas
Do compassivo vento.

Pestanejo nas entranhas
Dos teus vistosos lábios de mel.
E na ventura do amor exilado,
Lanço-me nas magnólias desbotadas,
Para esquecer seu ausente abraço.

Daí então,
Saberás que sem ti
Morrerei sorrindo.

Pablo Silva

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