quinta-feira, 25 de junho de 2009

Hipocondria efêmera

Quando as pessoas morrem
Elas renascem em forma de brisa
Que perpetua num lago solitário
À beira de uma estrada eqüidistante.

Quando morro, pernoito nas montanhas
Para ter o amor do horizonte, em plena
Freqüência com as flores de ipê e os
Primeiros raios solares, que reacendem
Os fracos batimentos de um coração
Dilacerado pela monotonia.

Aflora dentro da minha ânsia,
A nostálgica magnitude de um amor
Separado por dois rios adormecidos.

Ao acordar no meio da noite
Deparo-me com vultos
Do teu semblante risonho,
E os botões das romãzeiras se abrem
Em meio ao luar
Contemplando o acaso de uma paixão delirante.

Teu perfume em meu travesseiro
Trás a insônia irrelevante,
E faz-me lembrar que não posso
Ter-te em meus braços desabitados,
E isso desperta o demasiado prato inverossímil.

Morrerei com o gosto amargo das mandrágoras,
Pois essa vida boêmia leva-me ao calvário
Desprovido de felicidade.

Pablo B. da Silva

2 comentários:

Unknown disse...

mano, contigo aprendi a enxergar
coisas que antes estavam a menos de um palmo da face e me pareciam tão distantes
aprendi a me ver,em muitas ideias em poucas linhas escritas com o coração
obrigado por me fazer viajar dentro de meus próprios sentimentos

Suelen disse...

Pablooo...cadê as poesias? posta mais! achei umas antigas suas nas páginas em branco dos meus cadernos...foi tão bom ver lembrar que elas estão lá.
até mais