Amei-te na eloqüente
Amargura solitária.
De debruçar-me em noites
De insônia voluptuosa
Por espera-te nos remotos sonhos.
Amei-te no cemitério das magnólias
Veladas pelos círios de teus olhos.
Pois o teu fulgor
Assombra as ávidas pétalas,
E leva-as,
Deixando apenas os talos
De uma rosa não florida.
Amei-te para deslembrar de te amar.
Por que no meu peito delirante
Abrigava o grito abafado
Do seu hipotético amor juvenil.
Na ventura desse amor exilado,
O fim é um pestanejar
De pálpebras dilatadas
Pelo efeito alucinatório
Do beijo que não aconteceu.
Amo-te para recomeçar a amar,
Para começar o interminável,
E para não deixar de amar-te nunca.
Pois nosso amor é fogo
Que abriga o frio perspicaz e duradouro.
Pablo Silva
Um comentário:
há ficou linda depois de pronta....Amei..
Postar um comentário