quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fugaz

Doce, como o mel que esvai das rosas
São os teus sarcásticos lábios,
Que me abarca de um ávido fulgor infindo.

Graciosa, como o desabrochar das nictagináceas
É o seu acordar de uma noite voluptuosa,
Que entre lençóis nos embalava e se esquecia.

Vistosos, como a brisa do mar vermelho
São seus afetuosos cabelos
Que na ventura da maré
Pairavam sobre o lastimoso vento taciturno.

Pálida, como as pétalas
Das magnólias desvanecidas
É a sua afável pele fajuta,
Que na insônia febril
Tornava-me desvairado
De amor desairoso.

Crepúsculo, como os devaneios
Submergidos no nosso inconsciente,
Era o entrelaçar de espinhos e cravos
Que nos açoitavam a viver
Somente o sublime
Do nosso interminável amor senil.

Assim, na dor contigo venço,
Pois não há receio indubitável,
Senão apenas amor.

Pablo Silva

Um comentário:

Joel Vieira disse...

Não me canso de dizer que gosto de sua escrita.
Por isso deixo um presentinho para você no meu blog.
Depois confere lá.