sábado, 25 de abril de 2009

Lira Efêmera

Palavras inusitadas dilaceradas
Ao vento mofino.
Oh, melancolia preciosa
Circula em meu sangue aguado
Feito a vertiginosa
Poesia desgraçada
Que usurpa meu sono
Para ser designada
No velho livro despido
De moléstia incauta.

As lágrimas já não
Degeneram meus passos,
Nem sequer devaneia
Com a virgem rosa de mel.

Eis aqui, tuas pétalas
Que murcham ao canto mavioso
Das patativas do inferno.

Teu cantarolar entrelaçado
Nos meus lábios vistosos,
Vangloriando meu amor
Enraizado de medo e cravos.

Na suprema despedida
Meu cálice mistura-se
Ao veneno das tuas lembranças,
Envolvendo-me na nevada
Voraz e afável.

Pablo B. da Silva

Um comentário:

Luis Portugal disse...

Olá Pablo
Que linda mensagem a uma Lira... Efêmera!
Aos poucos vou descobrindo onde há Poetas e não são de (m....)
Um abraço e permita que o siga pelo meu blog.