domingo, 26 de abril de 2009

Anjo d’alvorada

Oh, minha virgem princesa,
Teus lábios trêmulos
Instiga as raízes do meu olhar.
Tuas pálpebras dilatadas
Vislumbra minhas lastimas
De sangue negro
Que escorre
No meu semblante tristonho,
E mancha as pétalas desbotadas das magnólias.

Não aventura neste mar ostentoso,
Pois o acaso sentou-se aqui
E contigo irá saciar minha repugnância
Deturpando meu mero espinho
Levando-te ao insolente mundo dos mortos.

Oh, minha virgem princesa
Levante-te deste horrendo sepulcro
E venha lograr este cálice dos lírios,
Pois teu mundo está passando
Vagarosamente na janela da tua alma.

Tu és meu anjo d’alvorada
Que no mar se deleitava e se esquecia...

Vamos pernoitar no crepúsculo,
Madrugar entre as liras,
Suspirar no matrimônio
O amor inconstante dos nossos lábios.

Num mundo perfeito
Os braços se desentrelaçavam
Em despedidas solenes.

Pablo B. da Silva

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