
Teus lábios trêmulos
Instiga as raízes do meu olhar.
Tuas pálpebras dilatadas
Vislumbra minhas lastimas
De sangue negro
Que escorre
No meu semblante tristonho,
E mancha as pétalas desbotadas das magnólias.
Não aventura neste mar ostentoso,
Pois o acaso sentou-se aqui
E contigo irá saciar minha repugnância
Deturpando meu mero espinho
Levando-te ao insolente mundo dos mortos.
Oh, minha virgem princesa
Levante-te deste horrendo sepulcro
E venha lograr este cálice dos lírios,
Pois teu mundo está passando
Vagarosamente na janela da tua alma.
Tu és meu anjo d’alvorada
Que no mar se deleitava e se esquecia...
Vamos pernoitar no crepúsculo,
Madrugar entre as liras,
Suspirar no matrimônio
O amor inconstante dos nossos lábios.
Num mundo perfeito
Os braços se desentrelaçavam
Em despedidas solenes.
Pablo B. da Silva
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